Erick Luan Gonçalves, um dos vencedores na competição
Crédito: Arquivo pessoal
O projeto social “Cássio Werneck”, que forma gratuitamente crianças e adolescentes na modalidade esportiva de Jiu-Jitsu, de cinco a 15 anos, venceu mais um campeonato realizado no último final de semana em Montes Claros. O evento foi promovido pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu.
“Gosto muito de treinar com meus colegas. Treinei muito para vencer, mas não imaginei que ia ganhar. Fiquei muito feliz”, disse o pequeno Erick Luan Gonçalves, de sete anos; um dos vencedores na competição. Ele passou a treinar com o apoio da mãe, Érika Gonçalves, que já tinha uma filha matriculada no projeto. Os dois participaram da competição no final de semana e ambos trouxeram medalhas para casa.
“Ele viu a irmã treinando e também quis fazer jiu-jitsu. Estou aqui para fazer o que eles gostam. Pulei muito, vibrei com a vitória. É muito bom saber que eles estão no esporte e não na rua. Participar desse campeonato foi uma alegria”, disse.
Mas, fora do tablado, a luta é incessante e nem todas tem o resultado esperado. Emanuelly Fiuza está com dez anos e treina desde os quatro. Desta vez, não pode participar da competição por falta de patrocínio. “Eu e o pai dela corremos atrás, mas infelizmente não conseguimos a tempo o dinheiro da inscrição. Agora estamos lutando para que ela participe do campeonato de judô que vai acontecer em Pirapora dia 21”, contou Leonilda Fiuza, a mãe da garota que é destaque nas duas modalidades esportivas, jiu-jitsu e judô, oferecidas pelo projeto.
O professor Helmer Oliveira, presidente do CT Cássio Werneck, assumiu a função depois da morte de Cássio, que dá nome ao CT. De lá para cá, as tentativas para conseguir apoio tem sido constantes. O projeto foi formalizado em 2018, mas ainda não tem sede própria. O treinamento acontece na sede da associação do conjunto José Carlos de Lima, cedido por um período de quatro anos. A equipe de crianças e adolescentes já disputou torneios no Rio de Janeiro. Em 2019, ainda no início da Pandemia, a equipe montes-clarense teve oito campeões brasileiros de judô.
“Fora os torneios locais que eles dão show. Nós mandamos para essa competição agora, nove atletas. Tivemos oito atletas com medalha de ouro, que se tornaram campeões brasileiros, e um atleta que se tornou vice-campeão brasileiro”, destaca.
Apesar do talento comprovado dos alunos, em 2020, após a morte do fundador eles pensaram em desistir. Mas Helmer, que na ocasião era secretário, insistiu e entre um e outro golpe, tem atuado para que a sociedade montes-clarense reconheça os talentos de casa.
“A entidade tem o CNPJ social de entidade filantrópica e selo de utilidade pública. Penso que apesar de ser projeto social, a divulgação ajuda a trazer benefícios e quem sabe, investimento”.
Para o desafio em Pirapora, ele conta com a ajuda de um amigo morador da cidade que se dispôs a custear o lanche dos atletas. Em Montes Claros, não recebeu ajuda de fato.
“A gente funciona 100% com doações. Tem uma loja de refrigeração na cidade que sempre nos apoia. E a gente vai pedindo aqui e acolá. O poder público deixou muito a desejar até agora”, desabafa.
Doações podem ser feitas na sede da associação, localizada na Rua Cândido Canela, número 22, no bairro José Carlos de Lima. Doações via PIX também podem ser feitas através da chave (38) 99140-8310, em nome de Helmer Marcus Ramos Oliveira.
jiu-jitsu judô
Márcia Vieira
09 de outubro de 2023
O Norte