Membros da igreja adventista formou uma corrente de solidariedade para beneficiar famílias e entidades
Crédito: Elena Peralta
Se existe uma característica típica dos brasileiros é a solidariedade. Historicamente, em meio ao caos, o voluntariado tem sido uma alternativa de ajudar as pessoas em situação de vulnerabilidade social. E no Norte de Minas não é diferente. Inúmeros projetos tem dado assistência àquelas famílias que tiveram a situação agravada por conta da pandemia e necessitam de itens básicos de sobrevivência.
Entre as ações desenvolvidas na região está o Mutirão da Páscoa, organizada pelos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia. O Pastor Flávio Souza, coordenador do projeto, comenta que as arrecadações de alimentos será estendida 20 dias após a Páscoa, comemorada neste domingo (04). A expectativa é auxiliar entre mil a 2.500 famílias nesse período pandêmico através da campanha.
"A nossa ideia é que tenhamos uma Páscoa solidária, em que através da união dos nossos servidores, eles doem alimentos, levar esse desafio para as igrejas e seus membros, unir esforços com a nossa comunidade, fazendo parcerias com outras instituições, comércio e mídia local, para que possamos ampliar os horizontes os horizontes e neste ano passar das 100 toneladas de alimentos arrecadados. Somente como igreja, nós queremos ultrapassar a marca das 45 toneladas, mas com essa união de esforços com a sociedade, queremos ultrapassar essa quantidade. Esse é o nosso desejo. Nesse esforço unificado, ao invés de atingir 2 mil famílias, nós queremos dobrar, ou até triplicar esse número de famílias beneficiadas, ajudando-as em até dois meses com as cestas. Aqui em Montes Claros pretendemos chegar em 700 cestas somente com trabalho das igrejas total de 12.000 kg de alimentos atendendo cerca de 350 famílias por dois meses (uma cesta por mês)", afirma.
A Instituição Social de Amor Cristão (Projeto Isac) é uma das beneficiadas com as arrecadações feitas pelo Mutirão. O projeto Isac foi registrado em 2011. A iniciativa expandiu e atualmente atende cerca de 300 famílias, com um total de 180 crianças e adolescentes. A fundadora, Odete Avelino de Aquino, lembra que ele nasceu na comunidade Vila Campos, com o atendimento às famílias em vulnerabilidade social. Esse alimentos que a Instituição ganha, são repassados para os moradores dos bairros situados na região Sul de Montes Claros.
"Aqui são oferecidas para as crianças oficinas de balé, judô, artesanato e futebol, além de técnicas de plantação de horta, corte e costura e artesanato para as mães e adolescentes. Nesse período pandêmico, recebemos as famílias apenas para entrega de alimentos, e distribuimos também donativos nas casas dos assistidos. Sobrevivemos através das doações, roupas, calçados, e principalmente de alimentos. Não tem sido fácil devido a pandemia, mas graças a Deus a gente vem lutando, as famílias estão sendo abençoadas. Os adventistas sempre tem nos ajudado. Para a gente é uma benção e muito bem vindas as doações. O importante agora é a gente cuidar das famílias. Elas estarem bem e as crianças alimentadas. Sabemos que dias melhores virão, e com a ajuda e parceria temos certeza que ficará melhor para nós acolher nesse momento tão difícil", diz Odete em tom de esperança.
Outro projeto que tem se mobilizado para atender os afetados pela pandemia, é o "Segunda Chance". Iniciativa que surgiu há três anos e socorre famílias em todo o Norte de Minas. Moisés Rodrigues de Oliveira, coordenador do projeto social explica que a ideia surgiu não só para socorrer famílias. Ele conta que o trabalho, além de social, é espiritual também, levando a palavra de Deus.
"Nós atendemos não só a cidade de Montes Claros, mas cidades da região, comunidade quilombola e fazemos todo tipo de socorro. Esse tempo de pandemia estamos focando muito na cesta básica e fazendo o trabalho social nos hospitais fortalecendo espiritualmente os profissionais de saúde. O nosso trabalho é feito dentro do presídio, na periferia, com moradores de rua, em asilos, orfanatos. Enfim, direcionado a qualquer pessoa que precisa de ajuda, seja psicológica, seja financeira, com a sexta básica, conta de água e luz. O projeto tem como slogan ‘Segunda chance: socorrer é a nossa missão'".
Moisés estima que só no ano de 2020, foram entregues cerca de 3 mil cestas básicas entre Montes Claros e cidades do Norte de Minas. Esse ano, a triagem está na casa de 500 cestas entregues. "Foi intensificado o pedido de cestas nesse período de curva da Covid. E devido ao auxílio emergencial ter sido bloqueado, nós sentimos o pessoal desesperado por uma cesta básica, ajuda, alimento na mesa".
Para quem deseja doar alimentos e até mesmo roupas, a Revista Tempo fez um levantamento de alguns projetos que estão se mobilizando para ajudar as famílias em Montes Claros. Veja a relação:
solidariedade doações
Nátila Gomes
03 de abril de 2021
Revista Tempo