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Grande Sertão: resgate à cidadania e conscientização sobre meio ambiente

Crédito: Divulgação

Criado em cinco de junho de 1999, o IGS - Instituto grande sertão foi fundado com o propósito de promover todas as dimensões da sustentabilidade, principalmente a social e ambiental. O primeiro grande desafio do IGS foi implantar um projeto de desenvolvimento sustentável do turismo no norte de Minas. Assim, nasceu o Proturismo de Botumirim, município escolhido para a fase piloto do projeto.

Em uma parceria com a prefeitura da cidade e do trabalho voluntário de diversos profissionais, o projeto obteve resultados significativos. De acordo com a diretora executiva do instituto, Vanessa Veloso Barbosa, o Proturismo tinha como objetivo transformar a visão dos botumirenses e preservar as suas riquezas naturais.

- Para isso, fizemos um diagnóstico, ou seja, um inventário da oferta turística. Depois, passamos para a criação do Cotu, que é o Conselho da oferta turística, no qual as pessoas recebiam treinamentos, capacitação, até o experimento dos primeiros grupos turísticos da cidade - explica Veloso Barbosa.

Hoje, o projeto está paralisado. Segundo a diretora, em Botumirim, o inventário da oferta turística - diagnóstico chegou a ser concluído e que o Cotu foi criado, mas que não foi intitulado devido à falta de recursos.

- A parceria que tínhamos com a prefeitura da cidade terminou e, com isso, tivemos que paralisar as atividades. O Instituto grande sertão pretende voltar com o projeto. Mas, desta vez, não queremos o apoio da prefeitura. Sabemos como é o impasse para liberar a verba. Queremos uma ajuda interna, que venha do ministério do Meio Ambiente ou de outro órgão - afirma a diretora.

Apesar do projeto não ter sido finalizado, Vanessa ressalta que se pode notar um avanço na conscientização e na auto-estima da população botumirense, graças ao Proturismo.

- O projeto possibilitou a aprendizagem, o desenvolvimento e a aplicação de técnicas participativas para o envolvimento da comunidade na transformação da sua realidade.

Além de Botumirim, o Proturismo foi implantado em outras quatro cidades. Por falta de recursos, o projeto não passou do inventário. Apenas no município de Grão Mogol que ele foi concluído.

ONG

De acordo com Vanessa Veloso, o instituto não é uma Ong que fica focada somente no turismo, mas no meio ambiente, levando para a comunidade formas de como respeitar o meio em que ela vive.

- Ensinamos as maneiras como preservar o meio ambiente, fazendo o uso correto das lixeiras, evitando queimadas e caças, além do desmatamento. Com isso, conseguimos fazer com que a comunidade comece mesmo a defender o meio ambiente. É a questão de despertar nas pessoas de que isso lhes pertencem, enfatiza Vanessa.

Em Montes Claros, o Instituto grande sertão desenvolve vários projetos, como o Personalidades e Personagens do Norte de Minas, criado com o objetivo de resgatar a memória dos cidadãos ilustres da nossa região. Dentre os homenageados, destacam-se a boneca Leonel e Zé Coco do Riachão. Esse projeto foi lançado com o nome de Simeão Ribeiro, mas teve que ser paralisado.

- Um dos motivos para a interrompição do projeto foi por causa de uma parceria com o Curso de História da Unimontes - ressalta Veloso.

Em 2003, surge um outro projeto do IGS. Uma associação de pequenos produtores, da comunidade de João Moreira, zona rural do município de São João da Ponte, procuram o Instituto, pois uma das principais fontes de vida do local estava por um fim. O rio que passa na comunidade está secado. Através de pré-diagnóstico feito no povoado, foi elaborado o projeto Neu Rio, que está a espera de verbas para ser colocado em prática. O projeto já foi entregue ao ministério do Meio Ambiente. Com um parecer técnico, a equipe da Ong fez as adaptações recomendadas para conseguir o financiamento.

CATADOR CIDADÃO

Este é um dos trabalhos mais importantes desenvolvido pelo instituto. O Catador Cidadão foi criado com o propósito de melhorar a qualidade de vida dos catadores recicláveis, promovendo condições para um processo de organização social e econômica.

O projeto está funcionando em fase piloto no bairro Morada do Parque, zona leste de Montes Claros. O projeto, segundo a diretora, vai permanecer no bairro no período de seis meses, com o intuito de ser expandido para outros locais da cidade.

FUNDO AMBIENTAL

Criado em 2003, o Fundo Ambiental é um acordo assinado entre o IGS e o Ministério Público de Montes Claros. Estabelece que todas as infrações cometidas contra o meio ambiente possam ser revertidas em benefício do mesmo. De acordo com Vanessa Veloso, ambos assinaram um Tac - Termo de ajustamento de conduta, definindo que 70% de todo o montante arrecado pelo instituto, por meio de doações de produtos, fossem aplicados em projetos e equipamentos para órgãos ambientais oficiais e entidades ambientalistas da cidade.

- Os outros 30% são divididas em partes iguais. 10% vão para a instituição e para o Corpo de Bombeiros de Montes Claros e outros 10% para o Ibama - Instituto brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, também da cidade, explica a diretora Vanessa Veloso.

SEDE

Localizada a rua Urbino Viana, no bairro Vila Guilhermina, a sede do Instituto Grande Sertão é alugada e conta com a ajuda de doações dos associados ou de outros tipos de receita para se manter. Atualmente, são cerca de 50 integrantes. Por meio dessas doações, contas de água, luz, telefone e, inclusive o aluguel, são pagas todo mês. Os materiais e móveis usados na instituição foram doados pelos voluntários.

- Só mesmo com a solidariedade das pessoas e a vontade de trabalhar conseguem deixar o Instituto de pé. O trabalho voluntário das pessoas é essencial - finaliza a diretora Vanessa Veloso.

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Iran Ferreira


19 de maio de 2006


Jornal O Norte


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