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Protetores buscam lar para cachorro que vive em posto de combustíveis


Negão está ficando velhinho e precisa de cuidados especiais. Ele vive no posto, em Montes Claros, há seis anos, de acordo com os frentistas. 'Os animais são assim, dão carinho e amor sem pedir nada em troca', diz protetora que leva água e ração para o cachorro diariamente.

Luciene com Negão
Crédito: Arquivo Pessoal

Quem passa por um posto de combustíveis na Avenida Mestra Fininha, no Bairro São Luís, em Montes Claros (MG), certamente já se deparou com Negão. O cachorro vive no local há seis anos e se tornou um mascote de frentistas e frequentadores. Como ele está ficando velhinho e precisa de mais cuidados, protetores de animais fazem um campanha para encontrar um lar.

Todos os dias, Luciene Mota de Sá Takassu leva água e ração para cachorro. Com ajuda de amigos e conhecidos, ela providenciou a castração de Negão. Por meio "vaquinhas", consegue ainda levá-lo para tomar banho e vacinas. Quem quiser ajudar ou adotar Negão o telefone é o 38 99128-3699.

"Eu levo água e a mesma ração que dou para os meus cachorros. Quando ele me vê fica tão feliz, sei que ele espera por esse encontro. Se acontece de eu não conseguir ir por algum motivo, combino com alguém para fazer o que faço", diz a protetora.

Não se sabe ao certo como Negão chegou ao posto, mas um morador fala que foi seguido por ele. Ao invés de ir até a casa dele, o cão foi para o posto, de onde nunca mais saiu.

"Infelizmente, eu não tenho espaço para levá-lo para casa, já tenho três cachorros e um deles é especial. Também cuido da minha mãe e da minha netinha."

Luciene fala que com o passar do tempo Negão está ganhando muito peso, já que as pessoas que passam pelo local dão restos de comida a ele.

"Sabemos que a maioria das pessoas faz com o objetivo de ajudar, mas isso acaba prejudicando a saúde dele, que engorda e tem dificuldades de se movimentar. Uma vez uma senhora parou um carro e abriu um pacote de carne de primeira e deu todinho para ele. Antes, ele via o caminhão de lixo passar e os garis gritavam o nome dele e ele corria. Agora, fica quietinho, triste e tem dificuldades de caminhar", diz Luciene.

Adoção responsável

Embora Luciene tenha o desejo de que Negão seja adotado, ela faz um apelo em relação à adoção por já ter passado por uma situação traumática.

"Quem adota precisa cuidar de verdade. Já tive a experiência de resgatar filhotes de um lote que estava pegando fogo, fizemos a castração e doamos, uma moça pegou e deixou um fugir no mesmo dia. Negão precisa de um lugar adequado e de uma alimentação correta, de alguém que o trate com amor. Eu queria muito, mas realmente não tenho condições de levá-lo para casa."

Os três cachorrinhos que Luciene adotou , Branco, Lilica e Zeca, foram resgatados das ruas.

"Zeca foi o primeiro que resgatei, perto do Hospital Universitário. A Lilica estava nos fundos da Santa Casa e é a paixão da minha mãe que tem Alzheimer. Branco não podia me ver que corria atrás do meu carro. Até teve uma pessoa que queria adotá-lo, mas como eu poderia deixar que ele perdesse a liberdade para ficar preso em uma corrente? Aí decidi levá-lo para casa", conta.

O primeiro cachorrinho resgatado por Luciene tem problemas neurológicos e toma remédios controlados. Mas os cuidados com Zeca se tornam pequenos diante do que o convívio com ele proporciona.

"A gente abre mão de muita coisa para que eles vivam bem, para deixar as vacinas em dia, para fazer as consultas, para oferecer a ração de boa qualidade. Mas os animais são assim, dão carinho e amor sem pedir nada em troca."

proteção animal

Michelly Oda


27 de outubro de 2020


G1 Grande Minas


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