Revista ACI - Dezembro 2021
Não é sem motivo o crescente número de investidores que tem optado por aportar recursos em empresas com responsabilidade socioambiental. Elas são consideradas como mais preparadas para gerar valor a longo prazo. Além do menor risco de sofrerem sanções por parte dos órgãos de fiscalização, o mercado aponta que consumidores cada vez mais estão preferindo comprar destas empresas. Outro fator importante é a sua vantagem na atração e retenção de talentos. Estudos apontam que a geração chamada Millennials (nascidos a partir dos anos 80) deseja ter um propósito em suas atividades, levando isso em conta na hora de decidir onde vai trabalhar. Tudo isso impacta em maior valorização da marca no mercado. A Russell Reynolds Associates, considerada líder global em consultoria e busca de executivos, com atuação em mais de 26 países, destacou em relatório recente que "as corporações não terão acesso a capital, talentos e confiança de marca sem prioridades avançadas de sustentabilidade".
Neste contexto a abordagem ESG cresce em relevância. Mas, o que é ESG? A sigla reúne 3 palavras da língua inglesa: environmental, social e governance, indicando 3 fatores essenciais para as empresas se destacarem: ambiental, social e governança, respectivamente. Environmental, ou ambiental, se refere às práticas relacionadas a temas como consumo de recursos naturais, eficiência energética, gestão de resíduos, preservação do meio ambiente. Social diz respeito à relação da empresa com as pessoas, como satisfação dos clientes, proteção de dados e privacidade, relacionamento com a comunidade, respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas. Por fim, governance aborda questões administrativas, como conduta corporativa, compliance, auditoria, relação com o governo e políticos, disponibilização de um canal de denúncias.
O já citado relatório da Russell Reynolds Associates apresenta passos para o engajamento das lideranças nas práticas ESG e quero aqui destacar alguns. O primeiro deles considera o tema ESG transversal e abrangente, ou seja, está relacionado com os diversos assuntos tratados pela gestão das empresas. Por este motivo ele deve ser incorporado em todas as discussões. O segundo trata do engajamento com os stakholders. As ações ESG devem sempre levar em consideração e buscar o envolvimento das partes interessadas: colaboradores, clientes, sócios, governos e sociedade. O terceiro é o estabelecimento de uma cultura organizacional comprometida com o ESG em todas as ações. É importante que o tema não seja apenas uma retórica vazia, mas uma crença das pessoas que compõem a organização. O passo seguinte é a educação contínua da liderança sobre práticas sustentáveis. Ela deve fazer parte do processo de desenvolvimento pessoal e profissional, contribuindo para a fixação de conceitos, atualização de conhecimentos e aperfeiçoamento de habilidades. Em seguida, a integração do tema às decisões estratégicas. Dada a sua importância, é absolutamente necessário que ele faça parte das definições que norteiam a empresa e que apontarão a direção dos negócios no longo prazo. Por último, destaco a definição de indicadores e metas. Para que haja gerenciamento é preciso estabelecer as métricas. E o controle não faria sentido sem parâmetros, por isso também é necessária a fixação de metas que possam desafiar a organização.
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Publicado em: 02 de dezembro de 2021
Edenilson Durães
Consultor e mentor nexialista, palestrante, empresário contábil
Referência Regional em Responsabilidade Social Empresarial
Líder LICI (Líderes Inteligentes para Cidades Inteligentes) certificado pelo Instituto Smart Citzen
Conselheiro do CRCMG (Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais), membro da Câmara de Administração e Planejamento
Presidente do ED Instituto (Instituto de Educação para o Desenvolvimento Sustentável) e Coordenador do Coletivo SCO® (Sociedade Civil Organizada)
Diretor de Desenvolvimento Regional da ADENOR (Agência de Desenvolvimento da Região Norte de Minas Gerais)
Diretor da ACI (Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros)
Conselheiro Fiscal do MCRC&VB (Montes Claros e Região Convention & Visitors Bureau)
Membro do Conselheiro Curador da UNIMONTES (Universidade Estadual de Montes Claros)
Membro do GT3/MM2032 (Grupo de Trabalho 3, Desenvolvimento Regional Integrado, do Movimento Minas 2032) e Coordenador da CT/FIA-FDI (Câmara Temática Fundos da Infância e Adolescência e Fundos de Direitos dos Idosos)
Membro do Ecossistema de Inovação Norte Valley
Voluntário há 40 anos, especialmente nas áreas da infância e adolescência, empreendedorismo e desenvolvimento terriorial e humano
Bacharel em Ciências Contábeis com pós graduação em Controladoria
Foi professor, coordenador de campus e chefe do Departamento de Ciências Contábeis da UNIMONTES (Universidade Estadual de Montes Claros)
Foi consultor, palestrante e instrutor do SEBRAE nas unidades de políticas públicas e de educação, atuando nas áreas de empreendedorismo, mercado, finanças e gestão da qualidade