Em meu artigo da edição 70ª da Revista ACI, afirmei que ESG (Ambiental, Social e Governança em inglês) é um caminho sem volta para as empresas em função das regulamentações e das exigências crescentes de clientes, fornecedores e investidores. Agora vamos tratar sobre uma condição essencial para trilhar este caminho, que é o envolvimento da liderança corporativa. Relembre momentos que foram transformadores em seu negócio. Independentemente se a causa foi interna ou não, certamente a liderança foi um ponto chave naquele processo. Portanto, ela também será fundamental para que o seu empreendimento adote com sucesso uma agenda ESG.

O ponto de partida é a decisão. Ela deve ser baseada na consciência da importância para geração de resultados a longo prazo, bem como no desejo de promover transformações e deixar um legado. Ou seja, mente e coração em sintonia, produzindo engajamento. Sem isso a implantação estará comprometida. Então, avalie a necessidade de conhecer melhor o assunto, a fim de que haja convicção na tomada da decisão e empenho com a sua efetivação.

Outro ponto é ser modelo. Esta implantação possivelmente implicará em mudanças na cultura organizacional, por isso é importante que o exemplo venha de cima. As palavras da liderança são necessárias e a pauta ESG deve se fazer presente nelas. Todavia, de nada adiantarão se não estiverem harmonizadas com as práticas. E pode ser que algumas caraterísticas relevantes devam ser desenvolvidas. Entre elas está a visão sistêmica, que possibilita enxergar além do lucro, identificar oportunidades, desafios e resultados possíveis, fundamentada em dados e com foco no longo prazo. Outra é a inteligência emocional, que possibilita uma avaliação tanto de si como das demais pessoas. Empatia, resiliência e transparência também fazem parte da lista.

A gestão é mais um ponto, começando por definir estratégias e, com base nelas, determinar o que fazer, definir prazos e atribuir responsabilidades, assegurando de que haja compreensão dos objetivos e conhecimento necessário para a realização. Assim como nas demais áreas da organização, as ações ESG requerem mensuração e acompanhamento, verificando se estão de acordo com o planejado e com os propósitos sendo alcançados, ajustando o que for necessário.

Em suma, o tema ESG deve ser compreendido e integrado à organização por decisão da liderança, tendo ela mesma como exemplo e tomando parte da gestão do empreendimento. Assim os negócios poderão prosperar impactando a vida de pessoas e assegurando a perpetuidade do planeta.