Revista ACI - Fevereiro 2022
A elevação do nível de consciência e de exigência do mercado vem provocando o aumento na adoção de critérios ESG, que aborda aspectos ambientais, sociais e de governança, e vem progressivamente ganhando força no mundo dos negócios. Sem eles vai ficando cada vez mais difícil conquistar e fidelizar clientes, bem como atrair talentos e investidores. Este cenário levou a um grande crescimento no número de empresas e produtos com designações como ESG, Sustentáveis, Verdes, de Impacto.
Entretanto, é preciso ter cuidado com práticas classificadas como greenwashing, que significa lavagem verde, ou, para ser mais fiel ao seu sentido, maquiagem verde. A definição de informações a serem divulgadas nas embalagens dos produtos, ou mesmo de conteúdos de campanhas publicitárias, deve ser cuidadosa para que não haja distorções da verdade ou meias-verdades com objetivo de manipular o mercado.
"Pode-se enganar alguns homens, ou enganar a todos em determinados lugares e por algum tempo; mas não se pode enganar todos os homens em todos os lugares e em todos os séculos." Esta afirmação de Jacques Abbadie em sua obra 'Tratado da verdade da religião cristã e a divindade de Jesus Cristo', datada de 1684, ressalta muito bem o perigo da falta de compromisso com a verdade.
Para coibir a prática de greenwashing no mercado de capitais, em março do ano passado entrou em vigor na União Europeia o SFDR - Sustainable Finance Disclosure Regulation (Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis) e, baseada nele, a ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, entidade que congrega algumas das mais importantes instituições financeiras do país, publicou em dezembro a nova versão do Código de Administração de Recursos de Terceiros no qual estabelece os Fundos de Investimento Sustentável (IS). A tendência, portanto, é que também no Brasil haja uma cobrança maior por dados confiáveis e consistentes em relação às práticas de ESG.
A fim de que haja práticas verdadeiramente sustentáveis, é preciso haver na empresa uma cultura de responsabilidade em relação às pessoas e ao meio-ambiente. O comprometimento e o exemplo da alta administração para isso são essenciais e em todas as pautas das reuniões este tema precisa ser considerado.
Recentemente numa apresentação feita para acadêmicos do Campus da UFMG em Montes Claros, enfatizei que as pessoas precisam ter a consciência de que todo empreendimento é de fato um negócio de impacto, pois não há como empreender sem impactar a vida das pessoas, a economia e o meio ambiente. Isto ocorre naturalmente nas suas operações ao atender necessidades ou desejos de seus clientes, gerar empregos, adquirir insumos, pagar impostos, consumir recursos naturais e gerar resíduos. Mas os impactos precisam ser tratados como compromisso e não apenas considerados como consequências.
Havendo a cultura necessária como base, devem então ser estabelecidos critérios bem como os devidos controles no aspecto ambiental, como a gestão de resíduos e o consumo de água e energia, por exemplo, no aspecto social, como responsabilidade com clientes, direitos trabalhistas, saúde e segurança, e no aspecto governança, como gestão de riscos, ações anticorrupção, transparência fiscal.
ESG cada vez mais vai se tornando uma necessidade para a sobrevivência dos negócios. Se a sua empresa ainda não está sentindo isso, é questão de tempo para que aconteça. E antes de divulgar que é, ela precisa se tornar. Então, o tempo é agora!
esg rsc rse csr responsabilidade social
Publicado em: 04 de fevereiro de 2022
Edenilson Durães
Consultor e mentor nexialista, palestrante, empresário contábil
Referência Regional em Responsabilidade Social Empresarial
Líder LICI (Líderes Inteligentes para Cidades Inteligentes) certificado pelo Instituto Smart Citzen
Conselheiro do CRCMG (Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais), membro da Câmara de Administração e Planejamento
Presidente do ED Instituto (Instituto de Educação para o Desenvolvimento Sustentável) e Coordenador do Coletivo SCO® (Sociedade Civil Organizada)
Diretor de Desenvolvimento Regional da ADENOR (Agência de Desenvolvimento da Região Norte de Minas Gerais)
Diretor da ACI (Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros)
Conselheiro Fiscal do MCRC&VB (Montes Claros e Região Convention & Visitors Bureau)
Membro do Conselheiro Curador da UNIMONTES (Universidade Estadual de Montes Claros)
Membro do GT3/MM2032 (Grupo de Trabalho 3, Desenvolvimento Regional Integrado, do Movimento Minas 2032) e Coordenador da CT/FIA-FDI (Câmara Temática Fundos da Infância e Adolescência e Fundos de Direitos dos Idosos)
Membro do Ecossistema de Inovação Norte Valley
Voluntário há 40 anos, especialmente nas áreas da infância e adolescência, empreendedorismo e desenvolvimento terriorial e humano
Bacharel em Ciências Contábeis com pós graduação em Controladoria
Foi professor, coordenador de campus e chefe do Departamento de Ciências Contábeis da UNIMONTES (Universidade Estadual de Montes Claros)
Foi consultor, palestrante e instrutor do SEBRAE nas unidades de políticas públicas e de educação, atuando nas áreas de empreendedorismo, mercado, finanças e gestão da qualidade