Ser voluntário não é coisa de gente "boazinha" ou com uma espiritualidade mais elevada que a média. Não é sobre ser superior. Também não é (ou não precisa ser) coisa para apenas cerca de 4% da população brasileira.

Ser voluntário não é "pra quem tem tempo sobrando". Porque ser voluntário não tem a ver com o que sobra, mas sim com o que transborda.

Ser voluntário não é um período de tempo marcado na sua agenda. Não é um momento para ir a uma instituição x. Não é a data marcada para fazer a ação ou o mutirão.

Ser voluntário é mais simples do que imaginam. É simplesmente andar pela vida com olhos atentos. É perceber as pessoas, é ser intencional com elas. É não andar só. É escutar com atenção, dar um abraço, dar uma palavra de incentivo, dar uma parte do seu tempo...

Mas não é só sobre dar. É muito mais sobre partilhar. Você também recebe (muito) nessa troca, mesmo que sua intenção inicial nem seja essa. E ainda bem que é assim. Isso nos livra do tal "complexo de super-herói".

Sim, ser voluntário tem suas dificuldades. Tem suas crises, tem suas dores. Justamente porque antes da palavra "voluntário" está a palavra SER. SER GENTE tem suas dificuldades, suas crises e suas dores.

Ser voluntário é uma forma de ser GENTE. Uma forma que transforma o jeito de olhar e estar no mundo. É uma forma de viver. E, bom, já dizia o verso da música, "viver por outro alguém é BEM VIVER."